terça-feira, 18 de junho de 2013

TRINIDAD E TOBAGO - ANÁLISE














Trinidad e Tobago é um país de cerca de 1,35 milhão de habitantes, localizado na América Central, formado por duas ilhas principais, nove regiões e vários acidentes geográficos. Tornou-se independente do Reino unido em 31 de Agosto de 1962 e proclamou sua República em 01 de Agosto de 1976. O país participou dos Jogos Olímpicos antes mesmo de se tornar independente, já em 1948, em Londres, Reino Unido. Seu Comitê Olímpico Nacional foi formado em 1946. Esteve ausente apenas na edição de 1960, quando formou as Índias Ocidentais Britânicas juntamente com Jamaica e Barbados. Nos Jogos de Inverno estreiou em 1994, em Lillehammer, Noruega, mas participou somente de mais duas edições, em 1998 e 2002, ausentando-se das demais. Desde sua primeira participação olímpica em 1948 até os dias atuais, Trinidad e Tobago acumulou um total de 18 medalhas olímpicas, 2 de ouro, 5 de prata e 11 de bronze. A maioria delas, na verdade 14, foram obtidas no Atletismo, confirmando a tradição dos países da região na modalidade. Trinidad e Tobago seguiu o modelo jamaicano, depois adotado por Bahamas. Entretanto, as primeiras medalhas do país ocorreram, surpreendentemente, no Levantamento de Peso. Em 1948, em Londres, Reino Unido, Trinidad e Tobago estreiou nos Jogos Olímpicos e já conquistou a primeira medalha de sua história quando Rodney Wilkins ficou em segundo lugar na categoria até 60 kg no Levantamento de Peso. Wilkins ergueu um total de 317,5 kg, sendo 97,5 no arranque e no desenvolvimento e 122,5 kg no arremesso, sendo superado apenas pelo egípcio Mahmoud Fayad, que totalizou 332,5 kg. Em 1952, em Helsinque, Finlândia, Trinidad e Tobago obteve 2 medalhas de bronze, ambas no Levantamento de Peso, que novamente era responsável por levar o país ao pódio. As medalhas foram conquistadas por Rodney Wilkins, na categoria até 60 kg, e Lennox Kilgour, na categoria até 90 kg. Wilkins ergueu um total de 322,5 kg, sendo 100,0 kg no desenvolvimento e no arranque e 122,5 kg no arremesso, sendo superado pelos soviéticos Nikolay Saksonov (332,5 kg) e Rafael Tchimishkyan (337,5 kg). Kilgour somou 402,5 kg, com levantamentos de 125,0 kg no desenvolvimento, 120,0 kg no arranque e 157,5 no arremesso, sendo superado pelo soviético Grigori Novak (410,0 kg) e pelo norte-americano Norbert Schemansky (445,0 kg). Portanto, as primeiras medalhas olímpicas da história de Trinidad e Tobago ocorreram no Levantamento de Peso. Em 1956 o país não obteve medalha e em 1960 juntou força com Jamaica e Barbados e competiu sob a bandeira das Índias Ocidentais Britânicas. Porém, a união não deu certo e Trinidad e Tobago voltou a participar dos Jogos Olímpicos como país independente já em 1964, em Tóquio, Japão. Na ocasião, registrou o melhor desempenho de sua história até então, com um total de 3 medalhas, 1 de prata e 2 de bronze. Além disso, iniciou sua boa tradição nas provas de Atletismo, modalidade na qual conquistou todas as suas 3 medalhas. Wendell Mottley foi um dos grandes destaques da delegação ao conquistar a medalha de prata na prova masculina de 400m, com a marca de 45.2s, apenas 0.1s atrás do norte-americano Michael Larrabee. Edwin Roberts, por sua vez, ficou em terceiro lugar na prova masculina de 200m, com um resultado de 20.6s, perdendo para os norte-americanos Henry Carr, campeão com 20.3s, e Paul Drayton, prata com 20.5s. Além das medalhas individuais, Trinidad e Tobago obteve uma heroica medalha de bronze na prova masculina de revezamento 4x400m. A equipe formada por Edwin Skinner, Kent Bernard, Edwin Roberts e Wendell Mottley registrou a marca de 3:01.7 min, sendo superada apenas pelos EUA, ouro em 3:00.7 min, e pelo Reino Unido, prata em 3:01.6 min, e ficando à frente da poderosa Jamaica, quarta colocada em 3:02.3 min. Mottley e Roberts saíram dos Jogos com 2 medalhas olímpicas. Depois destas conquistas, Trinidad e Tobago novamente passou por um período sem medalhas, ficando fora do pódio nos Jogos de 1968 e 1972. Porém, em 1976, em Montreal, Canadá, Trinidad e Tobago fez história ao conquistar sua primeira medalha olímpica de ouro. Melhor ainda, a conquista ocorreu no Atletismo e simplesmente na prova masculina de 100m rasos. Hasely Crawford, que havia se machucado na final de 1972, venceu a corrida final em 10.06s, batendo o jamaicano Donald Quarrie, medalhista de prata, por apenas 0.02s, e o soviético Valeriy Borzov, o campeão de 1972, por 0.08s. Curiosamente, nenhum norte-americano chegou ao pódio na prova. Crawford tornou-se o primeiro medalhista olímpico de ouro de Trinidad e Tobago na história dos Jogos. Após esta memorável conquista, Trinidad e Tobago passou por mais um período sem chegar ao pódio olímpico, mesmo com a ajuda dos boicotes olímpicos. O país ficou fora do pódio de 1980 a 1992, retornando somente em 1996, nos Jogos Olímpicos de Atlanta, nos EUA. Na edição do Centenário, Trinidad e Tobago obteve 2 medalhas de bronze no Atletismo masculino, ambas com o velocista Ato Boldon, que ficou na terceira posição nas provas de 100m e de 200m rasos. Na prova de 100m, Boldon registrou a marca de 9.90s, sendo superado pelo canadense Donovan Bailey, campeão com 9.84s, e pelo namíbio Frankie Fredericks, prata em 9.89s. Na disputa de 200m, Boldon registrou o excelente tempo de 19.80s, mas não foi páreo para o norte-americano Michael Johnson, que assombrou o mundo com um resultado de 19.32s. Boldon também ficou atrás de Frankie Fredericks, prata em 19.68s. No ano 2000, em Sidney, Austrália, Trinidad e Tobago novamente somou 2 medalhas, uma de prata e uma de bronze, ambas no Atletismo, novamente com Ato Boldon nas provas de 100m e 200m. Na prova de 100m, Boldon ficou com a medalha de prata, com a marca de 9.99s, perdendo para o norte-americano Maurice Greene, campeão em 9.87s. Na disputa de 200m, Boldon era favorito à conquista da medalha de ouro, mas acabou surpreendido pelo grego Konstantinos Kenteris, que registrou o fraco tempo de 20.09s, e pelo britânico Darren Campbell, prata com um resultado de 20.14s. Boldon marcou apenas 20.20s. Ainda assim, Boldon se tornou o maior medalhista da história olímpica de Trinidad e Tobago, com um total de 4 medalhas, 1 de prata e 3 de bronze. Em 2004, em Atenas, Grécia, Trinidad e Tobago teve uma fraca atuação ao conquistar apenas uma medalha de bronze. Entretanto, incrivelmente, a medalha não foi obtida no Atletismo, mas sim na Natação masculina. George Bovell fez história ao ficar em terceiro lugar na prova de 200m, estilo medley, com a marca de 1:58.80 min, ficando atrás apenas dos fenomenais norte-americanos Michael Phelps, campeão em 1:57.14 min, e Ryan Lochte, prata em 1:58.78 min, mas à frente do húngaro László Cseh por apenas 0.04s. Bovell colocou Trinidad e Tobago na lista de países medalhistas olímpicos na Natação. Foi um momento histórico para o país, acostumado com os sucessos do Atletismo. Em 2008, em Beijing, China, o país obteve uma campanha melhor, conquistando 2 medalhas de prata, ambas no Atletismo masculino. Richard Thompson ficou em segundo lugar na prova de 100m rasos com a marca de 9.89s, ficando atrás apenas do fenomenal jamaicano Usain Bolt, campeão com o recorde mundial de 9.69s. Thompson, inclusive, superou o norte-americano Walter Dix por 0.02s. O mesmo Thompson, ao lado de Keston Bledman, Marc Burns, Emmanuel Callender e do reserva Aaron Armstrong, ajudou Trinidad e Tobago a conquistar a medalha de prata no revezamento 4x100m, com um resultado de 38.06s, muito distante da campeã Jamaica, que marcou 37.10s. Porém, à frente do Japão, bronze, por 0.09s. Em 2012, em Londres, Reino Unido, Trinidad e Tobago registrou o melhor desempenho de sua história ao conquistar um total de 4 medalhas, 1 de ouro e 3 de prata, todas no Atletismo masculino. Incrivelmente, a medalha de ouro foi obtida por Keshorn Walcott, que registrou a fraca marca de 84.58m, apenas 0.07m à frente do ucraniano Oleksandr Pyatnytsya, medalhista de prata. Sua conquista foi surpreendente, principalmente pelo fato do tcheco Vitezslav Vesely ter alcançado um resultado de 88.34m na fase de classificação, mas se limitado a 83.34m na final. Walcott quebrou todos os tabus imagináveis e colocou um país da América Central no pódio de uma prova geralmente dominada por europeus. Além disso, ampliou o campo de ação de seu país, antigamente limitado apenas às provas de velocidade. Já Lalonde Gordon também surpreendeu ao ficar em terceiro lugar na prova de 400m, com um resultado de 44.52s. Curiosamente, a final não contou com a participação de qualquer corredor dos EUA, que não perdiam a prova desde 1984. Gordon superou Chris Brown, das Bahamas, por 0.27s. As outras duas medalhas de bronze foram obtidas nos revezamentos 4x100m e 4x400m. No primeiro, a equipe formada por Keston Bledman, Marc Burns, Emmanuel Callender e Richard Thompson registrou o tempo de 38.12s, batendo a França por somente 0.04s. EUA e Jamaica ficaram mais de um segundo à frente. No segundo, a equipe formada por Lalonde Gordon, Jarrin Solomon, Ade Alleyne-Forte e Deon Lendore cumpriu a prova em 2:59.40 min, batendo o Reino Unido por apenas 0.13s, mas ficando atrás de Bahamas, ouro, e EUA, prata, por mais de 2 segundos. Trinidad e Tobago vem demonstrando uma razoável evolução esportiva, comandada pelos sucessos do Atletismo. Se mantiver o atual ritmo de estar presente no pódio olímpico, sua evolução será inevitável. Desde 1996 o país vem conquistando medalhas, após ter ficado 20 anos longe do pódio. Resta saber se o país conseguirá levar esta evolução ao seu esporte feminino, o que potencializaria uma maior evolução dentro do quadro geral de medalhas. Incrivelmente, as mulheres do país ainda não conseguiram atingir o pódio olímpico.    


















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