terça-feira, 25 de junho de 2013

COLÔMBIA - ANÁLISE







A Colômbia é um país da América do Sul com população de cerca de 47 milhões de habitantes. Não possui uma boa tradição esportiva, embora tenha evoluído drasticamente nos últimos Jogos Olímpicos, em Londres, ao conquistar um total de 8 medalhas, nada menos do que 80% do que havia conquistado até então. O país iniciou sua participação olímpica em 1932, em Los Angeles, EUA, e somente esteve ausente dos Jogos de Verão, a partir de então, em 1952, em Helsinque, Finlândia. Nos Jogos de Inverno, a Colômbia teve sua primeira participação em 2010, em Vancouver, Canadá. A Colômbia demorou muito tempo para conquistar suas primeiras medalhas olímpicas, que vieram apenas em 1972, nos Jogos de Munique, então Alemanha Ocidental. O país obteve um total de 3 medalhas, 1 de prata e 2 de bronze. A medalha de prata foi obtida no Tiro ao Alvo, com Helmut Bellingrodt na prova de alvo móvel. Bellingrodt marcou 565 pontos, ficando 4 pontos atrás do soviético Yakov Zhekleznyak, que estabelceu um recorde mundial de 569 pontos. As medalhas de bronze foram conquistadas com os pugilistas Clemente Rojas, na categoria até 57 kg, e Alfonso Pérez, na divisão até 60 kg. Rojas passou pelo canadense Dale Anderson (3-2) na segunda rodada e pelo búlgaro Kuntcho Kuntchev por w.o. nas oitavas-de-finais. Nas quartas-de-finais derrotou o espanhol Antonio Rubio por desclassificação no segundo assalto, garantindo ao menos a medalha de bronze, confirmada pela derrota diante do queniano Philip Waruinge (2-3) na semifinal. Pérez derrotou o ugandense Odhiambo (5-0) na segunda rodada, o tcheco Karel Kaspar (5-0) nas oitavas-de-finais e o turco Eraslan Doruk nas quartas-de-finais, garantindo uma posição no pódio. Na semifinal, acabou derrotado pelo húngaro László Orbán (2-3), terminando com a medalha de bronze. Depois de conquistar 3 medalhas em Munique, a Colômbia não chegou ao pódio nas duas ediçõeso olímpicas seguintes, voltando a conquistar uma medalha, de prata, apenas nos Jogos Olímpicos de 1984, em Los Angeles, EUA. O autor do feito foi o atirador Helmut Bellingrodt, que ficou em segundo lugar na prova de alvo móvel, assim como fizera 12 anos antes em Munique. Bellingrodt marcou 584 pontos contra 587 do chinês Li Yuwei, terminando com a medalha de prata, à frente de outro chinês, Huang Shiping, que registrou 581 pontos. Bellingrodt foi muito beneficiado pelo boicote dos países do Bloco Socialista, que tirou da competição os poderosos atiradores da URSS, RDA e Hungria.Em 1988, em Seul, Coreia do Sul, a Colômbia novamente conquistou medalha no Boxe, uma de bronze, na categoria até 54 kg, com Jorge Julio Rocha, que soube tirar proveito da ausência do representante de Cuba. Rocha passou pelo filipino Hormillosa por nocaute técnico no terceiro assalto na primeira rodada. Depois bateu o portorriquenho Felix Nieves (5-0) na segunda rodada. Nas oitavas-de-finais, derrotou o alemão-oriental René Breitbarth (4-1) por pontos. Nas quartas-de-finais, travou um duro combate contra o japonês Katsuyoki Matsushima, vencendo-o por 3-2 e garantindo ao menos a medalha de bronze. Na semifinal, foi superado pelo búlgaro Aleksandar Khristov (2-3), resultado que confirmou sua medalha de bronze. Em 1992, em Barcelona, Espanha, a Colômbia obteve uma histórica medalha no Atletismo feminino quando Ximena Restrepo ficou na terceira posição na prova de 400m, com a marca de 49.64s, batendo a soviética Olga Nazarova por 0.05s. Perdeu apenas para as legendárias Marie-Jose Perec, da França, e Olga Bryzgina, da então Equipe Unificada, antiga URSS. Nazarova havia sido medalhista de bronze dos Jogos de 1988 em Seul, Coreia do Sul. Restrepo foi a primeira mulher a obter medalha olímpica para a Colômbia. Em 1996, em Atlanta, EUA, a Colômbia não obteve qualquer medalha, mas compensou a frustração quatro anos depois, em Sidney, Austrália, ao conquistar a primeira medalha de ouro olímpica de sua história. O feito coube à levantadora de peso María Isabel Urrutia, que somou 245 kg, sendo 110 kg no arranque e 135 kg no arremesso. Sua conquista foi dramática, já que a segunda colocada, a nigeriana Ruth Ogbeifo, e a terceira colocada, a chinesa de Taiwan, Kuo Yi-Hang, também ergueram um total de 245 kg. Porém, Urrutia pesou 73.28 kg contra 74.20 kg de Ogbeifo e 74.52 kg de Yi-Hang e pôde comemorar o fato de ser a primeira campeã olímpica da história de seu país. Em 2004, em Atenas, Grécia, a Colômbia obteve 2 medalhas de bronze, uma no Ciclismo e outra no Levantamento de Peso. A medalha do Ciclismo foi conquistada por María Luisa Calle na prova feminina de pontos. Calle marcou 12 pontos, contra 9 da norte-americana Erin Mirabella. Entretanto, Calle não passou no exame antidoping, que acusou a presença da substância heptaminol. A norte-americana Mirabella ficou com a medalha de bronze e Calle foi desclassificada. Porém, exames comprovaram que Calle tomou um medicamento, Neosaldina, para dor de cabeça. O mesmo possui uma substância que se transforma em heptaminol durante análises de laboratório. Em 24 de Outubro de 2005, o COI reverteu sua decisão e Calle recuperou sua medalha olímpica. A outra medalha, do Levantamento de Peso, foi obtida por Mabel Mosquera, que somou um total de 197,5 kg na categoria até 53 kg. Mosquera ergueu 87,5 kg no arranque e 110.0 kg no arremesso, ficando 10 kg à frente da romena Marioara Monteanu e da bielorrussa Nastassia Novikava. A campeã foi a tailandêsa Udomporn Polsak, com um total de 222,5 kg. Em 2008, em Beijing, China, a Colômbia melhorou um pouco seu desempenho em relação a 2004. Novamente somou 2 medalhas, mas 1 de prata e 1 de bronze. A medalha de prata foi obtida no Levantamento de Peso masculino, com Diego Salazar na divisão até 62 kg. Salazar ergueu 138 kg no arranque e 167 kg no arremesso, totalizando 305 kg, 14 a menos do que o chinês Zhang Xiangxiang. A medalha de bronze foi obtida na Luta Livre feminina, por Jackeline Rentería na categoria até 55 kg. Rentería bateu a tunisiana Marwa Amri nas oitavas-de-finais, a norte-americana Marcie Van Dusen, nas quartas-de-finais, mas perdeu para a chinesa Xu Li nas semifinais. Na disputa pela medalha de bronze, na repescagem, bateu a romena Ana Maria Paval e garantiu sua presença no pódio. Em 2012, em Londres, Reino Unido, a Colômbia registrou uma sensacional evolução ao conquistar um total de 8 medalhas, 1 de ouro, 3 de prata e 4 de bronze, ficando a apenas 3 medalhas do total que havia conquistado em toda sua história olímpica. Mais significativo ainda foi o fato das medalhas terem sido distribuídas entre nada menos do que 6 modalidades esportivas. O Ciclismo liderou a lista com 3 medalhas, uma de cada valor, enquanto o Atletismo e o Levantamento de Peso garantiram uma medalha de prata cada um e o Judô, a Luta Livre e o Taekwondo completaram o quadro de medalhas colombiano com uma medalha de bronze cada um. A ciclista Mariana Pajón foi a grande heroína da delegação ao conquistar a medalha de ouro da prova feminina de BMX, com a marca de 37.706s, superando a neozelandesa Sarah Walker por pouco mais de 0.4s. Pajón tornou-se a segunda pessoa a conquistar uma medalha de ouro para a Colômbia em Jogos Olímpicos, igualando o feito da pesista Maria Isabel Urrutia, campeã em 2000. A Colômbia ainda obteve mais duas medalhas no Ciclismo, uma de prata com Rigoberto Urán na prova masculina de estrada e uma de bronze com Carlos Oquendo na prova masculina de BMX. Urán marcou o mesmo tempo que o cazaque Alexander Vinokourov, medalhista de ouro em 5:45:57h. Oquendo registrou um resultado de 38.251s, ficando à frente do holandês Biezen por 0.241s. No Atletismo feminino, Caterine Ibargüen surpreendeu ao conquistar a medalha de prata na prova de salto triplo, com uma marca de 14.80m, sendo superada pela cazaque Olga Rypakova por 0.18m. Porém, conseguiu ficar à frente da ucraniana Olga Saladukha por apenas 0.01m. No Levantamento de Peso masculino, na categoria até 62 kg, Óscar Figueroa obteve a medalha de prata ao erguer um total de 317 kg, sendo 140 kg no arranque e 177 kg no arremesso. Foi superado pelo norte-coreano Kim Un-Guk por 10 kg e garantiu sua segunda colocação apenas no peso corpóreo, por pesar 13 g a menos do que o indonésio Irawan. No Judô, a Colômbia obteve a primeira medalha olímpica de sua história com Yuri Alvear, que ficou com a medalha de bronze na categoria feminina até 70 kg. Alvear superou a brasileira Maria Portela na primeira rodada, a angolana Moreira na segunda, mas acabou derrotada pela francesa Lucie Décosse nas quartas-de-finais. Na repescagem, bateu a eslovena Rasa Sraka e depois conquistou sua medalha de bronze diante da chinesa Chen Fei. No Taekwondo a Colômbia também obteve a primeira medalha olímpica de sua história quando Óscar Muñoz Oviedo ficou na terceira colocação na divisão masculina até 58 kg. Oviedo passou pelo argelino El-Yamine (8-1) na primeira rodada, depois bateu Al-Kubati, do Iêmen, nas quartas-de-finais (14-2). Na semifinal, perdeu para o espanhol Joel González (4-13). Na disputa pela medalha de bronze, derrotou o tailandês Pen-Ek Karaket (6-4). Na Luta Livre femininia, a Colômbia novamente obteve uma medalha de bronze. Jackeline Rentería ficou em terceiro lugar na categoria até 55 kg, repetindo a colocação obtida nos Jogos Olímpicos de 2008, em Beijing, China. Rentería derrotou a norte-coreana Kum-Ok nas oitavas-de-finais (2-1) e a equatoriana Lissette Antes (2-1) nas quartas-de-finais, mas perdeu para a canadense Tonya Verbeek (0-2) na semifinal. Na disputa pela medalha de bronze, superou a ucraniana Tetyana Lazareva por 2-1, depois de perder o primeiro assalto. A Colômbia experimentou uma fantástica evolução e ainda conseguiu ampliar o número de esportes em que obteve medalha, demonstrando uma grande versatilidade, principalmente com medalhas inéditas no Taekwondo e no Judô, esportes de combate que propciam muitas conquistas. Além disso, o que também é positivo no desempenho do país é o fato das mulheres ocuparem um papel de destaque, haja vista as duas únicas medalhas olímpicas de ouro da história da Colômbia terem sido obtidas nas disputas femininas. Se conseguir manter o nível a que chegou, o país poderá ultrapassar vários outros países no quadro geral de medalhas a médio prazo.       






 




 

 



Nenhum comentário: