terça-feira, 4 de junho de 2013

CHILE - ANÁLISE







O Chile é um país da América do Sul, com população de aproximadamente 17,4 milhões de habitantes e que se prolonga por mais da metade do litoral oeste do Continente. Não possui grande tradição esportiva, principalmente pela distribuição irregular, concentradas em pequenos períodos, de suas medalhas. O país alega ter participado dos primeiros Jogos da Era Moderna, em 1896, em Atenas, com o corredor Luis Subercaseaux nas provas de 100m, 400m e 800m no Atletismo. Porém, os historiadores olímpicos afirmam que ele poderia estar inscrito, mas acabou não disputando nenhuma prova. Controvérsias à parte, a participação olímpica do Chile é bastante modesta, principalmente se considerarmos sua população e seu nível de desenvolvimento humano. Sua primeira participação olímpica real nos Jogos de Verão ocorreu em 1912, em Estocolmo, Suécia, e desde então o país se ausentou somente em 1932, em Los Angeles, EUA, e em 1980, em Moscou, União Soviética, quando aderiu ao boicote promovido pelos EUA. Nos Jogos de Inverno a participação chilena é bastante ativa, ocorre desde 1948, exceto em 1972, em A Saporo, Japão, e em 1980, em Lake Placid, EUA. Embora tenha várias participações olímpicas, o desempenho do Chile em Jogos Olímpicos é bastante decepcionante, contabilizando apenas 13 medalhas, 2 de ouro. De 1912 a 1924, o Chile não obteve nenhuma medalha. Entretanto, em 1928, em Amsterdã, Holanda, o país obteve sua primeira medalha olímpica com Manuel Plaza, que ficou em segundo lugar na prova de Maratona no Atletismo masculino. Plaza obteve a medalha de prata com a marca de 2:33:23 h, ficando 26 segundos atrás do francês Boughera El Ouafi. Plaza foi o primeiro medalhista da história olímpica do Chile. Após sua estreia no pódio, o Chile somente voltou a obter uma medalha olímpica em 1952, em Helsinque, Finlândia. Na ocasião o país obteve 2 medalhas de prata nas competições de Hipismo. Óscar Cristi, montando Bambi, ficou em segundo lugar na prova individual de saltos, sendo superado somente no desempate pelo francês Pierre Jonquères d'Oriola, após perder 4 pontos contra nenhum do francês. A equipe chilena, formada por Oscar Cristi, Cesar Mendoza e Ricardo Echeverria, também ficou em segundo lugar na competição por equipes, com 45.75 pontos perdidos contra 40.75 pontos do campeão Reino Unido. Em 1956, em Melbourne, Austrália, o Chile teve uma de suas maiores atuações olímpicas ao conquistar um total de 4 medalhas, 2 de prata e 2 de bronze. O Atletismo foi responsável por uma das medalhas de prata, pois Marlene Ahrens ficou em segundo lugar na prova feminina de lançamento de dardo, com a marca de 50.38m, perdendo para a soviética Inese Yaunzeme por mais de 3 metros de diferença, 53.86m. Já as demais medalhas foram obtidas no Boxe. Ramon Tapia ficou em segundo lugar na categoria até 75 kg. Tapia derrotou o polonês Zbigniew Piorkowski por nocaute no primeiro assalto na primeira rodada, depois bateu o tcheco Július Torma, por nocaute no segundo assalto, nas quartas-de-finais, garantindo no mínimo a medalha de bronze. Na semifinal, superou o francês Gilbert Chapron por pontos. Porém, na final, acabou derrotado pelo soviético Gennadi Shatkov por nocaute no primeiro assalto. Já as medalhas de bronze foram obtidas por Carlos Lucas, categoria até 81 kg, e Claudio Barrientos, categoria até 54 kg. Barrientos, por pontos, derrotou o polonês Zenon Stefaniuk nas oitavas-de-finais, depois passou pelo brasileiro Éder Jofre nas quartas-de-finais, garantindo ao menos a medalha de bronze, confirmada com  a derrota por pontos diante do sul-coreano Song Soon-Chun. Lucas, por sua vez, disputou apenas dois combates, derrotando o polonês Andrzej Wojciechowski, por pontos, nas quartas-de-finais, e perdendo para o romeno Gheorghe Negrea, também por pontos, na semifinal. Depois de 1956, o Chile amargou um longo período sem obter medalha, ficando fora do pódio de 1960 a 1984. Em 1988, em Seul, Coreia do Sul, o país voltou a obter medalha, mas dessa vez apenas uma de prata. O autor da proeza foi o atirador Alfonso de Iruarrizaga, que ficou em segundo lugar na prova de skeet, com um total de 221 pontos, um atrás do campeão Axel Wegner, da Alemanha Oriental. Depois de 1988, o Chile ficou fora do pódio novamente nos Jogos de 1992 e 1996, o que representou a conquista de apenas uma medalha num período de 36 anos, de 1960 a 1996. Em 2000, em Sidney, Austrália, o Chile retornou ao pódio ao conquistar a medalha de bronze do torneio masculino de Futebol. A equipe chilena, na primeira fase, derrotou o Marrocos, 4-1, e a Espanha, 3-1, mas perdeu para a Coreia do Sul por 1-0. Mesmo assim, acabou em primeiro lugar de seu grupo. Nas quartas-de-finais, arrasou a Nigéria, campeã em 1996, com uma vitória por 4-1. Na semifinal, acabou perdendo para Camarões por 1-2, mas na decisão pela medalha de bronze derrotou os EUA por 2-0. Ao todo, o Chile marcou 14 gols e sofreu apenas 6, obteve 4 vitórias e sofreu 2 derrotas. Individualmente, os jogadores chilenos foram o grande destaque dos Jogos, já que Iván Zamorano sagrou-se artilheiro dos Jogos, com 6 gols, enquanto seu compatriota Reinaldo Navia ficou na vice-liderança com um total de 4 gols. Em 2004, em Atenas, Grécia, o Chile realizou uma campanha memorável ao conquistar um total de 3 medalhas, 2 de ouro e 1 de prata, todas elas produto do Tênis masculino. A dupla Nicolás Massu e Fernando González conquistou a medalha de ouro depois de passar por 5 adversários. Na primeira rodada, derrotou uma dupla das Bahamas (2-0). Na segunda rodada, bateu a dupla argentina Etlis-Rodríguez (2-0). Nas quartas-de-finais superaram a poderosa dupla norte-americana formada pelos irmãos Bryan (2-0) e nas semifinais derrotaram a dupla croata Ancic e Ljubicic por 2-1, garantindo a medalha de prata. Na final, Massu e González enfrentaram um jogo duríssimo contra os alemães Kiefer e Schüttler, derrotando-os somente por 3-2 e se tornando os primeiros campeões olímpicos da história do Chile. Massu também se sagrou campeão na prova de simples, com vitórias sobre o brasileiro Gustavo Kuerten (2-1), V. Spadea, dos EUA (2-0) e o russo Andreev (2-1) nas primeiras rodadas. Nas quartas-de-finais, bateu o espanhol Carlos Moyà (2-0). Nos jogos de disputa de medalha teve dois norte-americanos pela frente. Na semifinal bateu Taylor Dent (2-0) e na final sua vitória ocorreu diante de Mardy Fish (3-2), numa partida duríssima. Massu obteve sua segunda medalha de ouro olímpica. Curiosamente, seu companheiro de dupla, Fernando González, também garantiu uma posição no pódio ao ficar em terceiro lugar na prova de simples. González derrotou o grego Economidis (2-0), o sul-coreano H.Lee (2-0) e o norte-americano Andy Roddick (2-0), nas primeiras rodadas. Nas quartas-de-finais, bateu o francês Grosjean (2-1) mas caiu diante do norte-americano Mardy Fish (1-2) nas semifinais. Porém, na disputa pela medalha de bronze, derrotou o norte-americano Taylor Dent por 2-1, sendo que o terceiro set terminou 16-14 em favor do chileno. González e Massu fizeram história para o Chile em Atenas-2004. Em 2008, em Beijing, China, o Chile novamente retornou ao pódio do Tênis masculino, mas sem a força de quatro anos antes. Conquistou somente uma medalha de prata, resultado de Fernando González na prova de simples. González passou pelo chinês Sun (2-0), pelo croata Cilic (2-0) e pelo belga Rochus (2-0) nas primeiras rodadas. Nas quartas-de-finais, derrotou o francês Mathieu (2-0), e garantiu a medalha de prata ao bater o norte-americano James Blake (2-1) nas semifinais. Na final, perdeu para o espanhol Rafael Nadal por 3-0, limitando-se à medalha de bronze. Em 2012, em Londres, Reino Unido, o Chile fracassou completamente e não chegou ao pódio. A participação chilena nos Jogos Olímpicos não é significativa, pois o país conquista medalhas em períodos e modalidades muito distintos, não apresentando uma tradição, uma continuidade vitoriosa. O país basicamente concentra suas medalhas em esportes com uma característica mais eletista, como Hipismo, Tiro ao Alvo e mais recentemente o Tênis. Porém, o Futebol, o Atletismo e o Boxe, esportes mais populares, também deram sua contribuição olímpica ao país. Pelas suas condições, o Chile poderia apresentar resultados mais significativo no universo olímpico.        



 






Nenhum comentário: