A Natação é um dos esportes olímpicos mais populares do mundo, rivalizando com o Atletismo, considerado o esporte nobre dos Jogos. Sua importãncia é tão grande dentro do evento que suas competiçõeso ocorrem na primeira semana, sem a concorrência das provas de Atletismo, que geralmente se iniciam quando as de Natação já estão em seu término. A modalidade figura no programa olímpico desde a primeira edição dos Jogos da Era Moderna, em 1896, em Atenas, Grécia. Entretanto, o programa da Natação variou muito até atingir os padrões atuais. Os homens participam desde 1896, mas as mulheres somente foram admitidas a partir de 1912. Na primeira edição dos Jogos, em 1896, em Atenas, Grécia, o programa englobou apenas 4 provas, todas no estilo livre, sendo uma delas, de 100m, reservada a marinheiros gregos. As demais incluíram distâncias de 100m, 500m e 1200m. As competições não ocorreram numa psicina, mas sim no mar, na Baia de Zea, numa temperatura de 11ºC. Em 1900, em Paris, França, o programa foi totalmente diferente em relação a quatro anos antes. Foram incluídas provas no estilo livre nas distâncias de 200m, 1000m e 4000m, bem como uma disputa por equipes de revezamento em 200m. Além destas provas, surgiu a primeira disputa em estilo costas, na distância de 200m, uma prova de 200m com obstáculos e uma de 60m submersa. Em 1904, em Saint Louis, EUA, novas provas no programa, principalmente por obediência ao sistema métrico britânico, com as distâncias medidas em jardas. Assim no estilo livre foram realizadas provas de 50, 100, 220, 440, 880 jardas, bem como a de uma milha, enquanto no estilo costas, a de 100 jardas. Uma novidade foi a estreia do estilo peito, com uma prova de 440 jardas. Em 1908, em Londres, Reino Unido, o programa foi o primeiro bem organizado, que estabeleceu os padrões para as edições seguintes, inclusive com a primeira disputa numa piscina não improvisada. Englobou apenas 6 provas, 4 no estilo livre, nas distâncias de 100m, 400m, 1500m e revezamento 4x200m, uma no estilo costas (100m) e uma no peito (200m). Em 1912, em Estocolmo, Suécia, a grande novidade foi o ingresso olímpico das mulheres na modalidade, com a realização de 2 provas, ambas no estilo livre, uma individual de 100m e outra de revezamento 4x100m. Nas disputas masculinas, houve a inclusão da prova de 400m no estilo peito, mantendo-se as demais provas da edição anterior. Em 1920, em Antuérpia, Bélgica, o programa masculino permaneceu inalterado, já o feminino agregou a prova de 300m, no estilo livre. Em 1924, em Paris, França, o programa foi ampliado com mais duas provas femininas, a de 100m no estilo costas e a de 200m no peito. Porém, o programa masculino sofreu a exclusão da prova de 400m no estilo peito. O mesmo programa de 1924 permaneceu inalterado até 1952, inclusive. Em 1956, em Melbourne, Austrália, houve um aumento no número de provas, com a inclusão do estilo borboleta, na distância de 200m para homens e de 100m para mulheres. Em 1960, em Roma, Itália, novamente o programa foi ampliado, com o ingresso das provas de revezamento 4x100 medley tanto para homens quanto para mulheres. Em 1964, em Tóquio, Japão, o programa masculino foi acrescido das provas de 200m, costas, 400m, medley, e revezamento 4x100m, estilo livre, mas a provas de 100m, costas, foi excluída. Entre as mulheres houve estreia da prova de 400m, medley. Em 1968, na Cidade do México, a modalidade passou por uma gigantesca mudança, aumentando seu número de provas olímpicas de 18 para um total de 29. No setor masculino retornou a disputa de 100m, costas, e o ingresso das competições de 200m, livre, 100m, peito, 100m, borboleta, 200m, medley. No feminino, 200m e 800m, livre, 200m, costas, 100m, peito, 200m, borboleta, 200m, medley. Em 1972, em Munique, Alemanha Ocidental, essas mesmas provas foram realizadas, mas em 1976, em Montreal, Canadá, as provas masculinas de 200m, medley, e de revezamento 4x100m, livre, e a feminina de 200m, medley, foram excluídas, o que se manteve em 1980, em Moscou, URSS. Em 1984, em Los Angeles, EUA, elas retornaram ao programa e em 1988, em Seul, Coreia do Sul, foram incluídas as disputas de 50m, tanto masculina quanto feminina. Depois do programa ficar inalterado em 1992, em Barcelona, Espanha, foi ampliado com o ingresso da disputa feminina de revezamento 4x200m, estilo livre. Em 2000, em Sidney, Austrália, e 2004, em Atenas, Grécia, permaneceu inlaterado, sendo aumentado em 2008, em Beijing, China, com a inclusão das provas de maratona aquática, na distância de 10km, tanto para homens quanto para mulheres. A Natação é uma modalidade que distribui muitas medalhas, entretanto elas tem ficado concentradas em poucos países, se compararmos com outras modalidades, que distribuíram bem menos medalhas, como as Lutas e o Levantamento de Peso. Um dos fatores que propciam essa desigualdade é o fato de um mesmo país poder colocar mais um competidor por prova, havendo períodos em que até 3 nadadores de um mesmo país competiam numa mesma prova. Os Estados Unidos são, disparados, os maiores ganhadores de medalhas olímpicas, com um total absurdo de 489, incluindo 214 de ouro. O total norte-americano representa cerca de um terço do total de medalhas distribuídas na modalidade. Logicamente, o desempenho dos EUA em número de medalhas foi aumentando conforme o programa de provas foi ficando mais extenso. Seus melhores desempenhos ocorreram nos anos 20, com 16 medalhas, 8 de ouro, em 1920, e 19 medalhas, 9 de ouro em 1924; nos anos 60, com 29 medalhas, 13 de ouro, em 1964, em Tóquio, e com a arrasadora atuação de 1968, no México, quando somou inacreditáveis 52 medalhas, 21 de ouro; e nos anos 70, quando somou 43 medalhas, 17 de ouro, em 1972, em Munique, e 34 medalhas, 13 de ouro, em Montreal, 1976, nesse caso, com destaque para a equipe masculina, que ficou com 27 medalhas, 12 de ouro, em 13 provas. Posteriormente, a natação dos EUA não consegiu desempenhos tão arrasadores, mas vem mantendo uma grande diferença em relação ao resto do mundo. Em 2000, em Sidney, em pleno solo australiano, somou 33 medalhas, 14 de ouro. A Austrália é a segunda força do esporte, com um total de 182 medalhas, incluindo 60 de ouro. Embora se autoproclame maior força da natação mundial por ter uma população bem menor do que a dos EUA, sua história olímpica está cheia de autos e baixos, não demonstrando a continuidade apresentada pelos norte-americanos. Seu grande desempenho ocorreu em 1956, quando sediou os Jogos em Melbourne e somou 14 medalhas, 8 de ouro, superando os EUA. Foi a única vez na história em que liderou na Natação. Em 2000, em Sidney, em seu próprio território, almejava suplantar os EUA. Quebrou seu recorde de medalhas, com um total de 18, mas venceu apenas 5 provas. Os EUA tiveram uma brilhante atuação, chegando a 33 medalhas, 14 de ouro. Em 2008, em Beijing, China, chegou a 20 medalhas, 6 de ouro, mas novamente ficou atrás dos EUA. A Alemanha Oriental, que competiu somente de 1968 a 1988, ocupa a terceira colocação dentre os maiores medalhistas. Seu sucesso foi resultado das fantásticas atuações de suas nadadoras nos Jogos de 1976, 1980 e 1988. Porém, após a unificação alemã, descobriu-se um forte esquema de doping que possibilitou ao país atingir tais façanhas, como em 1976, 19 medalhas, 11 de ouro; 1980, 30 medalhas, 12 de ouro; e 1988, 28 medalhas, 11 de ouro. A Alemanha unificada segue em quarto lugar no quadro geral, com um total de 72 medalhas, apenas 14 de ouro. Seu melhor resultado ocorreu em 1904, quando somou 8 medalhas, 4 de ouro. Porém, bons registros ocorreram em 1992, com 11 medalhas, 1 de ouro, e 1996, 12 medalhas, nenhuma de ouro. Após a unificação e o desmantelamento da estrutura alemã oriental, os resultados alemãs minguaram. O Reino Unido encontra-se em quinto lugar, com 65 medalhas, 15 de ouro. Seu grande resultado ocorreu em 1908, quando sediou os Jogos em Londres e somou 7 medalhas, 4 de ouro. Em 1912 chegou a 6 medalhas, 1 de ouro, e em 2008, repetiu o total de 6 medalhas, mas 2 de ouro. Esses foram os melhores resultados britânicos, que podem melhorar em Londres, em 2012. A Hungria se coloca em sexto lugar no quadro geral, com um total de 63 medalhas, 23 de ouro. Tem sido tradicional na modalidade, mas não consegue manter uma seqüencia. Seus melhores resultados ocorreram em 1952, quando somou 7 medalhas, 4 de ouro, graças a uma poderosa equipe feminina, em 1988, 6 medalhas, 4 de ouro, em 1992, quando estabeleceu seu recorde de medalhas, chegando a um total de 9, incluindo 5 de ouro, e em 1996, com 6 medalhas, 3 de ouro. Depois da Hungria, segue o Japão, com um total de 62 medalhas, 20 de ouro. O país asiático teve uma memorável atuação na modalidade quando foi a maior potência do mundo nos anos 30, liderando em 1932, com 12 medalhas, 5 de ouro, e em 1936, 11 medalhas, 4 de ouro. Nas duas últimas edições olímpicas conseguiu reviver um pouco do histórico passado, chegando a 8 medalhas, 3 de ouro, em 2004 e a 5 medalhas, 2 de ouro, em 2008. A União Soviética, que competiu de 1952 a 1988, ocupa a oitava posição, com um total de 59 medalhas, 12 de ouro. Demorou muito tempo para se destacar na Natação e a modalidade sempre foi um ponto de desequilíbrio contra os soviéticos em seu confronto com os EUA. Somente consegiu fazer alguma frente aos EUA nos anos 80, mas seu melhor desempenho, 22 medalhas, 8 de ouro, ocorreu em 1980, em Moscou, quando sediou os Jogos mas não teve os norte-americanos como rivais, já que os mesmos fizeram a opção pelo boicote. Sem boicotes, os melhores resultados soviéticos ocorreram em 1976, 9 medalhas, 1 de ouro, e em 1988, 9 medalhas, 2 de ouro. A Holanda também é um país de destaque dentro da Natação, com um total de 53 medalhas, 20 de ouro, principalmente pela atuação de suas mulheres. Os maiores resultados do país ocorreram em 1936, 5 medalhas, 4 de ouro, em 2000, 8 medalhas, 5 de ouro, e em 2004, 7 medalhas, 2 de ouro. Para uma melhor compreensão da evolução da Natação dentro dos Jogos Olímpicos, convém examinar cada edição separadamente.
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