quarta-feira, 15 de maio de 2013

VENEZUELA - ANÁLISE




A Venezuela é um país sul-americano com população de cerca de 29 milhões de habitantes, que se tornou independente da Espanha em 1811 e da Grande Colômbia em 1830. Em Jogos Olímpicos o país possui uma fraca participação, somando apenas 12 medalhas. Seu Comitê Olímpico Nacional foi formado em 1935, mas o país iniciou sua participação nos Jogos de Verão em 1948 e nos de Inverno em 1998. Desde então, ausentou-se apenas da edição de inverno de 2010. Apesar de ter iniciado sua participação em 1948, sua primeira medalha olímpica, que foi de bronze, ocorreu quatro anos depois, em Helsinque, Finlândia. Arnoldo Devonish ficou em terceiro lugar na prova masculina de salto triplo, no Atletismo, com um resultado de 15.52m, superando o norte-americano Ashbaugh por 0.13m. Devonish foi superado apenas pelo brasileiro Adhemar Ferreira da Silva e pelo soviético Leonid Shtcherbakov e se tornou o primeiro medalhista olímpico da história da Venezuela. Depois de obter medalha em 1956, a Venezuela novamente chegou ao pódio nos Jogos de 1960, em Roma, Itália. Porém, novamente recebeu apenas uma medalha de bronze, feito do atirador Enrico Forcella Pelliccione, terceiro colocado na prova de carabina posição deitada. Pelliccione somou 587 pontos e ficou um à frente do grande atirador soviético Vassily Borissov. Em 1964, a Venezuela novamente não obteve medalha, mas compensou o fraco desempenho em 1968, na Cidade do México, México, ao obter a primeira medalha de ouro de sua história. O autor da façanha foi o boxeador Francisco Rodriguez, campeão olímpico na estreante categoria até 48 kg. Rodriguez bateu o cubano Rafael Carbonell (5-0) nas oitavas-de-finais e nocauteou o representante de Ceilão, Khata Karunatarne, no segundo assalto, nas quartas-de-finais, garantindo presença no pódio. Na semifinal, bateu o norte-americano Harlan Marbley (4-1), garantindo ao menos a medalha de prata. Na final, superou por apenas 3-2 o sul-coreano Yong-Ju, consagrando-se como o primeiro campeão olímpico da história da Venezuela. Em 1972, novamente o país ficou sem medalha. Em 1976, em Montreal, Canadá, a Venezuela voltou ao pódio, mais uma vez com o Boxe, ao conquistar uma medalha de prata na categoria até 67 kg, com Pedro Gamarro, que venceu 4 combates e perdeu apenas 1. Gamarro derrotou o iugoslavo Benes (5-0) na fase de classificação e depois obteve uma fantástica vitória diante do cubano Emilio Correa, campeão olímpico em 1972, por nocaute técnico no terceiro assalto, nas oitavas-de-finais. Nas quartas-de-finais alcançou outro brilhante resultado, despachando o norte-americano Clint Jackson com uma difícil vitória por 3-2. Na semifinal, bateu o alemão ocidental Reinhard Skricek (3-2) garantindo ao menos a medalha de prata, confirmada após perder para o alemão-oriental Jochen Bachfeld por 2-3 na final. Em 1980, a Venezuela não boicotou os Jogos Olímpicos de Moscou, na antiga União Soviética, e ainda conseguiu uma medalha de prata no torneio de Boxe, com Bernardo Pinango ficando em segundo lugar na categoria até 54 kg. Pinango bateu o nicaraguense Alguera (4-1), o finlandês Koota, por desclassificação no segundo assalto, e o ugandense Siryakibbe, por nocaute no segundo assalto, nas suas primeiras lutas, chegando à disputa por medalhas. Na semifinal, bateu o romeno Cipere por 3-2, mas caiu diante do cubano Juan Hernandez ao perder por 0-5, ficando apenas com a medalha de prata. Em 1984, em Los Angeles, EUA, a Venezuela registrou sua melhor campanha olímpica ao conquistar um total de 3 medalhas de bronze, duas no Boxe e uma na Natação. Foi favorecida pelo boicote dos países do Bloco Socialista, principalmente em relação às medalhas do Boxe. A medalha da Natação foi conquistada por Rafael Vidal Castro, que ficou na terceira posição na disputa masculina dos 200m, estilo borboleta. Vidal registrou a fantástica marca de 1:57.51 min e conseguiu superar o norte-americano Pablo Morales por 0.24s de diferença. O campeão foi o australiano Jon Sieben, que estabeleceu um recorde mundial de 1:57.04 min. As medalhas do Boxe foram conquistadas por Jose Marcelino Bolivar, na categoria até 48 kg, e Omar Catari Peraza, na divisão até 57 kg. Bolivar bateu o filipino Jamili, o espanhol Gómez e o guatemalteco Motta para se garantir no pódio. Porém, perdeu a semifinal para o norte-americano Paul Gonzales por 5-0, limitando-se à medalha de bronze. Já Peraza passou pelo argelino Said, pelo japonês Higashi e pelo sul-coreano Park Hyung-Ok para garantir sua medalha. Na semifinal, perdeu para o norte-americano Meldrick Taylor por 5-0. Depois das conquistas ininterruptas de 1976 a 1984, a Venezuela novamente passou por um período sem conquistas, ficando fora do pódio de 1988 a 2000, ou seja, por 4 edições olímpicas. Porém, em 2004, em Atenas, a Venezuela retornou ao pódio, conquistando 2 medalhas de bronze, uma no Taekwondo e outra no Levantamento de Peso. No Taekwondo a conquista coube a Adriana Carmona, que ficou em terceiro lugar na categoria feminina acima de 67 kg. Carmona passou com dificuldade pela britânica Stevenson (8-8), mas perdeu para a chinesa Chen Zhong nas quartas-de-finais (5-7). Na repescagem, bateu a japonesa Okamoto (5-2), a jordaniana Dawani (11-8) e garantiu sua medalha ao bater a brasileira Natália Falavigna. A medalha do Levantamento de Peso foi obtida por Israel José Rubio, que ficou em terceiro lugar na categoria masculina até 62 kg. Rubio ergueu 132.5 kg no arranque e 162.5 kg no arremesso, totalizando 295.0 kg, e foi beneficiado pela desclassificação do grego Leonidas Sabanis, originário medalhista de bronze. Em 2008, em Beijing, China, a Venezuela obteve apenas uma medalha de bronze, que coube a Dalia Contreras, terceira colocada na categoria feminina até 49 kg no Taekwondo. Contreras passou pela alemã Gülec (4-2) e pela norte-americana Craig (3-2) mas caiu diante da tailandesa Puedpong por superioridade depois de um empate em 2-2 nas semifinais. Na disputa pela medalha de bronze, Contreras superou a queniana Mildred Alango por 1-0, chegando ao pódio. Em 2012, em Londres, Reino Unido, a Venezuela obteve um fantástico feito ao conquistar uma inédita medalha de ouro na Esgrima masculina. Rubén Limardo consagrou-se campeão olímpico na prova individual de espada e obteve a segunda medalha de ouro da história olímpica venezuelana. Limardo derrotou o egípcio Fayez (15-13), o suíço Heinzer (15-11), o italiano Paolo Pizzo (15-11) nas quartas-de-finais (15-11) e o norte-americano Weston Kelsey (6-5) nas semifinais. Na final, derrotou o norueguês Bartosz Piasecki (15-10). Limardo obteve uma heroica e inédita medalha de ouro para a Venezuela. A política chavista e tem incentivado o esporte e se cogita da Venezuela se tornar uma força mundial. Porém, os resultados somente estão ocorrendo em nível panamericano, embora o país tenha voltado ao pódio olímpico depois de um grande período de ausência. Dificilmente a Venezuela será uma força esportiva de nível mundial mas poderá melhorar sua posição no ranking geral de medalhas. Porém, terá que realizar melhores campanhas olímpicas.  


 



 







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