Camarões é um país
africano com população de cerca de 20 milhões de habitantes. Tornou-se
independente da França em 1960. Em 1963 formou seu Comitê Olímpico Nacional e
já em 1964, em Tóquio, Japão, estreiou nos Jogos Olímpicos. Desde então, nunca
esteve ausente, mesmo em 1976, em Montreal, quando se retirou em protesto
contra a participação da Nova Zelândia. Na ocasião, alguns atletas já haviam
disputado provas e por isso o país é considerado como participante. Camarões
contabiliza um total de apenas 5 medalhas, 3 delas de ouro, resultado muito
fraco levando-se em conta o tamanho de sua população. Já em 1968, em sua
segunda participação olímpica, Camarões obteve sua primeira medalha olímpica. O
feito coube ao boxeador Joseph Bessala, segundo colocado na categoria até 67 kg.
Bessala derrotou o chileno Luis Gonzales, Julius Luipa, de Zâmbia, nas
oitavas-de-finais, por nocaute. Depois, nas quartas-de-finais, passou pelo
romeno Victor Zilberman, garantindo ao menos a medalha de bronze. Na semifinal,
derrotou o argentino Mario Guilloti por pontos, chegando à medalha de prata. Na
final, perdeu para o alemão-oriental Manfred Wolke por 4-1. Bessala tornou-se o
primeiro medalhista olímpico da história de Camarões. Após três edições
olímpicas sem chegar ao pódio, Camarões se aproveitou do boicote dos países do
Bloco Socialista aos Jogos de Los Angeles em 1984 para conquistar sua segunda
medalha olímpica, novamente no Boxe. Martin N’Dongo Ebanga, na categoria até 60
kg, garantiu a medalha de bronze, superando o sueco Shadrah Odhiambo na segunda
rodada, Gordon Carew, de Guiana, nas oitavas-de-finais, o turco Fahri Sumer nas
quartas-de-finais, antes de perder para o porto-riquenho Luis Ortiz nas
semifinais por apenas 3-2. Camarões, até então, ajustou-se ao padrão africano
de obter medalhas no Boxe. Porém, amargou mais 16 anos sem subir no pódio,
retornando ao mesmo nos Jogos Olímpicos de Sidney, na Austrália, e de forma
memorável. Sua equipe masculina de Futebol sagrou-se campeã do torneio olímpico
e garantiu a primeira medalha de ouro da história de Camarões em Jogos
Olímpicos. Anteriormente, Camarões já havia brilhado no Futebol mundial nas
Copas do Mundo de 1982 e 1990, com jogadores habilidosíssimos. Em Sidney, deu
continuidade à boa fase dos países africanos, que conquistaram medalha de bronze
em 1992 com Gana e de ouro em 1996 com a Nigéria. Camarões enfrentou muitas
dificuldades para chegar à medalha de ouro. Na primeira fase ficou em segundo
lugar no grupo C, atrás dos EUA no saldo de gols. Derrotou o Kuweit por 3-2,
mas somente empatou com os EUA (1-1) e a República Tcheca (1-1). Nas
quartas-de-finais, surpreendeu o Brasil na morte súbita, vencendo por 2-1. Nas
semifinais, superou o forte Chile também por 2-1. Na final, acabou empantando
com a Espanha em 2-2, tendo que levar a decisão para a disputa de penaltes, a
qual venceu por 5-3. Patrick M'Boma, com 4 gols, e Lauren Etame Mayer, com 3
gols, foram os maiores goleadores da equipe. O famoso Samuel Eto'o marcou
apenas 1 gol. O Futebol, esporte que mais projetou Camarões mundialmente, foi a
modalidade esportiva responsável pela primeira medalha olímpica de ouro do
país. Em 2004, em Atenas, Grécia, Camarões novamente conseguiu uma medalha de
ouro, mas o feito ocorreu no Atletismo feminino. Françoise Mbango Etone venceu
a prova de salto triplo com um resultado de 15.30m, superando a grega Hrysopiyi
Devetzi por apenas 0.05m. Em 2008, em Beijing, China, Françoise Mbango Etone
obteve o bicampeonato olímpico, dessa vez com um salto de 15.39m, superando a
russa Tatyana Lebedeva por apenas 0.07m. Camarões seguiu à risca o modelo
africano, com medalhas no Atletismo e no Boxe, completadas com um triunfo no
Futebol. O país possui potencial para obter melhores resultados no esporte, mas
precisa se estruturar. Em Londres-2012, conseguiu resultados expressivos, entre
os oito melhores, numa prova feminina da Luta Livre e do Levantamento de peso.
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