segunda-feira, 2 de maio de 2011

GINÁSTICA

A Ginástica está no programa olímpico desde a primeira edição dos Jogos da Era Moderna, realizada em 1896, em Atenas, Grécia. É um dos esportes mais antigos do programa olímpico, embora tenha demorado muito tempo para adquirir uma padronização em seu formato. Atualmente engloba a ginástica artística, a acrobática (trampolim) e a rítmica, sendo que tais inclusões seguiram períodos distintos. Além disso, várias provas que não mais estão no programa olímpico foram realizadas, a maioria delas no período de 1896 a 1924. Em 1896, em Atenas, Grécia, houve a disputa da Ginástica Artística, que incluiu provas por equipes nas barras paralelas e na barra fixa. Não houve a disputa de uma prova individual geral e nem a de solo, mas houve a subida em corda. Em 1900, em Paris, França, houve a realização de apenas uma prova geral individual, que incluiu ginástica artística e também competições de Atletismo e subida em corda. Em 1904, em Saint Louis, EUA, o programa foi muito complexo, incluindo três competições distintas de geral individual, bem como um triatlo que englobou arremesso de peso, salto em distância e corrida de 100 jardas, subida em corda e disputa com maças. Em 1908, em Londres, Reino Unido, houve a disputa de apenas duas provas, ambas no geral, uma individual e outra por equipes. Em 1912, em Estocolmo, Suécia, foram realizadas 4 provas, uma individual e três por equipes, incluindo uma no sistema sueco e outra no sistema livre. As competições por equipes contaram com vários ginastas. Em 1920, em Antuérpia, Bélgica, novamente o programa contou com 4 provas, 3 por equipes, incluindo os sistemas sueco e livre, e uma individual. Em 1924, em Paris, França, o programa passou a adotar um formato mais parecido com o dos dias atuais, embora ainda incluísse a subida em corda e mais o salto sobre o cavalo com alças. Em 1928, em Amsterdã, Holanda, o progama masculino praticamente atingiu o formato que duraria vários anos, embora ainda não tivesse a competição de solo. Além disso, foi realizada a primeira competição feminina oficial, uma disputa por equipes. Em 1932, em Los Angeles, EUA, o programa foi inflado com a inclusão das provas de solo, maças, tumbling e subida em corda. Destas provas, apenas a de solo foi mantida. As mulheres, dessa vez, ficaram de fora dos Jogos. Em 1936, em Berlim, Alemanha, os homens disputaram as 8 provas que passaram a vigorar no programa até a inclusão do Trampolim em 2000, em Sidney, Austrália. As mulheres novamente retornaram para a disputa de uma competição por equipes. Em 1948, em Londres, Reino Unido, o programa foi mantido e em 1952, em Helsinque, Finlândia, houve uma grande modificação com a inclusão de 5 provas individuais femininas e uma nova disputa por equipes, percursora da ginástica rítmica em grupos. As mesmas disputas foram mantidas em 1956, em Melbourne, Austrália. Em 1960, em Roma, Itália, o programa foi alterado com a exclusão da prova feminina por equipes com aparelhos portáteis e assim permaneceu, inclusive, até os Jogos de 1980, realizados em Moscou, URSS. Em 1984, em Los Angeles, EUA, o programa foi ampliado com a inclusão da prova feminina individual de ginástica rítmica, e em 1996, em Atlanta, houve nova ampliação, com o ingresso da competição por equipes. Em 2000, em Sidney, Austrália, ocorreu o ingresso das competições individuais de trampolim, tanto masculina quanto feminina. Desde então o programa permanece inalterado. Os países que tem dominado a Ginástica tem se alternado nas primeiras posições conforme a época. Basicamente, o domínio da Europa ocorreu de 1896 a 1948, exceto quando ginastas dos EUA, anfitriões nas duas ocasiões, lideraram em 1904 e 1932, anos de exceção no movimento olímpico em virtude da fraca participação de países europeus por motivos de custos e distância. Nos anos 50 houve grandes modificações na Ginástica com o fortalecimento do Japão e também o surgimento da União Soviética, maior potência da modalidade. Os anos 80 testemunharam o surgimento da China, bem como o ressurgimento dos EUA. Muitos países do Leste Europeu se alternaram no pódio, como Alemanha Oriental, Bulgária, Hungria e Romênia. Esta última causou grande revolução na ginástica feminina a partir dos anos 70 e se manteve como uma das maiores forças mundiais. A partir dos anos 90, com o fim da União Soviética, o domínio da Ginástica ficou mais disperso e vários países passaram a chegar ao pódio, movimento mais sentido a partir de 2000. Para melhor evidenciar o que ocorreu na Ginástica, cabe uma breve passagem a cada edição dos Jogos Olímpicos. Em 1896, em Atenas, Grécia, o domínio das provas ficou com a Alemanha, 10 medalhas, e a Grécia, 6 medalhas. Em 1900, em Paris, França, o país da cidade anfitriã ficou com todas as 3 medalhas distribuídas. Em 1904, em Saint Louis, EUA, os anfitriões norte-americanos ficaram com todas as medalhas disponíveis, exceto em duas provas individuais gerais, que tiveram domínio de Áustria e Suíça. Em 1908, em Londres, Reino Unido, o domínio ficou com Itália e Suécia. Em 1912, em Estocolmo, Suécia, a Itália, com duas vitórias foi o maior destaque, seguida pela Noruega. Em 1920, em Antuérpia, Bélgica, a Itália novamente asseguoru duas vitórias, mas a França foi o país com mais medalhas, 3 no total. Em 1924, em Paris, França, a Suíça obteve 7 medalhas, 2 de ouro, mas a Tchecoslováquia, com 9 medalhas, uma de ouro, foi quem mais chegou ao pódio. Em 1928, em Amsterdã, Holanda, a Suíça foi absoluta ao conquistar 9 medalhas, 5 de ouro, bem à frente de Tchecoslováquia e Iugoslávia, 5 medalhas, 1 de ouro, cada um. Em 1932, em Los Angeles, EUA, os anfitriões se beneficiaram das novas provas e arrebataram 16 medalhas, 5 de ouro. A Itália ficou com 7 medlahas, 4 de ouro. Em 1936, em Berlim, Alemanha, novamente o país da cidade anfitriã foi dominante, dessa vez com 13 medalhas, 6 de ouro. Em 1948, em Londres, Reino Unido, houve a ausência da Alemanha, perdedora da Guerra, e da União Soviética, que ainda estava fora dos Jogos Olímpicos. Com isso, houve oportunidade para o domínio da Finlândia, que somou 10 medalhas, 6 de ouro. A Suíça manteve sua força, 9 medalhas, 3 de ouro. Em 1952, em Helsinque, justamente na Finlândia, a Ginástica passou por uma grande revolução, com o ingresso da União Soviética nas competições internacionais. E os soviéticos não deixaram por menos ao conquistar um total de 22 medalhas, incluindo 9 de ouro. A Hungria foi o país mais próximo, com 8 medalhas, 2 de ouro. Em 1956, em Melbourne, Austrália, novamente a União Soviética teve um domínio avassalador ao conquistar um total de 23 medalhas, incluindo 11 de ouro, 7 delas obtidas pelos homens. O Japão já começava a se mostrar competitivo, com 11 medalhas, 1 de ouro. Em 1960, em Roma, Itália, a União Soviética novamente dominou as disputas, estabelecendo um recorde de 26 medalhas no total, incluindo 10 de ouro. As mulheres soviéticas obtiveram 15 das 16 medalhas disponíveis. O Japão manteve sua condição de segunda força, com 9 medalhas, 4 de ouro, todas com os homens. Em 1964, em Tóquio, Japão, a União Soviética continuou na condição de maior medalhista, com um total de 19 medalhas, mas apenas 4 de ouro. O Japão, anfitrião, somou 10 medalhas, 5 de ouro, líder em número de vitórias. Em 1968, na Cidade do México, a União Soviética mais uma vez foi a maior medalhista, subindo 18 vezes no pódio, 5 delas para receber a medalha de ouro. O Japão novamente obteve o maior número de vitórias, 6 medalhas de ouro, porém somou 12 no total. A Tchecoslováquia ficou com 6 medalhas, mas venceu 4 provas, todas na versão feminina. Em 1972, em Munique, Alemanha Ocidental, a União Soviética liderou com um total de 16 medalhas, 6 de ouro. Entretanto, pela primeira vez na história, foi igualada no total, já que o Japão, com uma fantástica atuação de sua equipe masculina, também somou 16 medalhas, porém 5 de ouro. A Alemanha Oriental também teve uma excelente atuação, chegando a 9 medalhas, 3 de ouro. Em 1976, em Montreal, Canadá, uma limitação nas regras impediu que um país classificasse mais de 2 ginastas por final de aparelho. A União Soviética continuou seu domínio, dessa vez com 17 medalhas, 7 de ouro. Foi seguida pelo Japão, 10 medalhas, 3 de ouro. Porém, quem chamou a atenção foi a Romênia, que revolucionou as competições femininas e somou 8 medalhas, 3 de ouro. Todas elas produto de Nadia Comaneci. Em 1980, em Moscou, União Soviética, o boicote países candidatos a medalhas, como Japão, EUA e China. A União Soviética aproveitou a ocasião para dominar mais do que normalmente, com um total de 22 medalhas, 9 de ouro. A Alemanha Oriental somou 11 medalhas, 2 ouro, seguida pela Romênia, 7 medalhas, 2 de ouro. Em 1984, em Los Angeles, EUA, o boicote dos países do Leste Europeu, principalmente de URSS e RDA, exceto Romênia, permitiu aos EUA uma surpreendente vitória, com um total de 16 medalhas, 5 de ouro. Foram seguidos pela estreiante China, 11 medalhas, 5 de ouro, e pela Romênia, 9 medalhas, 5 de ouro. Em 1988, em Seul, Coreia do Sul, a União Soviética novamente confirmou sua condição de maior potência mundial ao conquistar um total de 21 medalhas, 12 de ouro. Os homens foram responsáveis por 8 medalhas de ouro, recorde absoluto. A Romênia somou 9 medalhas, 3 de ouro, enquanto a RDA ficou com 8 medalhas, apenas 1 de ouro. Em 1992, em Barcelona, o mundo havia passado por grandes mudanças, que incluiam o fim da URSS, a derrocada do comunismo e a unificação alemã. A Equipe Unificada, uma espécie de retalho da antiga União Soviética, assegurou 20 medalhas, 10 de ouro. A China veio a seguir, com distantes 8 medalhas, 2 de ouro. Em 1996, em Atlanta, EUA, já sem a União Soviética, as medalhas ficam mais dispersas. A Rússia consegue uma fraca liderança, com 10 medalhas, 3 de ouro. A Romênia também soma 10 medalhas, porém apenas 1 de ouro. A Ucrânia, com 7 medalhas, 4 de ouro, é o país com maior número de vitórias. Em 2000, em Sidney, Austrália, a Rússia obteve uma boa atuação, relembrando os tempos de União Soviética, ao conquistar um total de 20 medalhas, incluindo 9 de ouro. Foi seguida pela China, 7 medalhas, 3 de ouro. Em 2004, em Atenas, Grécia, houve a confirmação do desmantelamento da estrutura da ginástica da antiga URSS. A Romênia aproveitou a ocasião e tomou a liderança da modalidade, somando um total de 10 medalhas, 4 de ouro. Foi seguida pelos EUA, que chegaram a 9 medalhas, 2 de ouro. Em 2008, em Beijing, China, a anfitriã dominou fortemente as competições ao somar um total de 18 medalhas, incluindo 11 de ouro. Os homens chineses venceram em 8 das 9 provas masculinas. Os Estados Unidos, com uma fortíssima equipe feminina, responsável por 8 medalhas, somou 10 medalhas, 2 de ouro. A Rússia, ganhadora de 20 medalhas em 2000, chegou ao pódio apenas 4 vezes. 
Dentre os países que mais vezes chegaram ao pódio, a União Soviética ocupa uma folgada primeira posição, com um total de 184 medalhas, incluindo 73 de ouro. Foi a grande potência mundial da modalidade entre 1952 e 1988, tendo uma média de mais de 20 medalhas por edição olímpica. Obteve seu recorde de medalhas em 1960, com 26, sendo que em número de medalhas de ouro seu recorde é de 1988, quando alcançou 12 vitórias. Os Estados Unidos se colocam na segunda colocação, com um total de 96 medalhas, incluindo 30 de ouro. Entretanto, os resultados norte-americanos foram inflados por competições com pouca participação internacional, quando sediaram os Jogos em 1904 e 1932, além do favorecimento ocorrido em 1984 quando houve o boicote da URSS e da RDA. O Japão é a terceira força olímpica da Ginástica, com um total de 92 medalhas, 28 de ouro. Os homens ostentam a quase totalidade das medalhas japoneses, tendo vivido seu auge entre 1956 e 1976. Em 1972 tiveram seu melhor desempenho, alcançando 16 medalhas em apenas 8 provas. A Romênia está em quarto lugar dentre os maiores medalhistas da Ginástica, contabilizando 69 medalhas, incluindo 24 de ouro. A maioria de suas medalhas foram obtidas pelas mulheres, que passaram a dominar a modalidade a partir do surgimento de Nadia Comaneci em 1976. A China se coloca em quinto lugar, com um total de 56 medalhas, incluindo 24 de ouro. Somente passou a colecionar medalhas a partir de 1984, quando retornou ao Movimento Olímpico depois de uma ausência de mais de 20 anos. Em 2008 realizou a grande campanha de sua história ao somar 18 medalhas, incluindo 11 de ouro. Monopolizou as provas masculinas, vencendo 8 das 9 realizadas. A Suíça vem a seguir, com um total de 48 medalhas, 16 de ouro. Entretanto, a maioria de seus resultados foram produto da atuação de seus ginastas entre 1924 e 1952. Convem lembrar que os alemães já obtiveram 75 medalhas na Ginástica, 37 com a Alemanha unificada, 36 com a Alemanha Oriental e 2 com a Alemanha Ocidental. Delas, 20 foram de ouro. Confira a distribuição das medalhas olímpicas da Ginástica entre os países:

País----------Total-----Ouro-----Prata-----Bronze

01.SOV---------184-------73--------67--------44
02.EUA----------96-------30--------35--------31
03.JAP----------92-------28--------31--------33
04.ROM----------69-------24--------20--------25
05.CHN----------56-------24--------16--------16
06.SUI----------48-------16--------19--------13
07.RUS----------41-------16--------11--------14
08.HUN----------39-------14--------11--------14
09.ALE----------37-------14---------9--------14
10.RDA----------36--------6--------13--------17
11.TCH----------35-------12--------13--------10
12.ITA----------30-------14---------7---------9
13.FIN----------25--------8---------5--------12
14.FRA----------21--------3--------10---------8
15.EUN----------20-------10---------5---------5
16.UCR----------15--------6---------3---------6
17.BUL----------13--------2---------4---------7
18.IUG----------11--------5---------2---------4
19.GRE----------10--------4---------3---------3
20.SUE-----------8--------5---------2---------1
21.COS-----------8------------------4---------4
22.BIE-----------8------------------3---------5
23.CAN-----------7--------2---------3---------2
24.ESP-----------6--------3---------2---------1
25.DIN-----------4--------1---------2---------1
25.NOR-----------4--------1---------2---------1
27.POL-----------4--------1---------1---------2
28.RUN-----------4------------------1---------3
29.CON-----------2--------2--------------------
30.AUT-----------2--------1---------1----------
30.LET-----------2--------1---------1----------
32.RFA-----------2----------------------------2
32.UZB-----------2----------------------------2
34.HOL-----------1--------1--------------------
35.AUS-----------1------------------1----------
35.BEL-----------1------------------1----------
35.CRO-----------1------------------1----------

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