20 DE FEVEREIRO - RESULTADOS

O dia foi movimentado em Vancouver, com a realização de 6 provas finais, que distribuíram um total de 18 medalhas. Esqui Alpino, Salto de Esqui, Esqui de Fundo, Patinação de Velocidade em pista curta distribuíram medalha de ouro. A Coreia do Sul teve o melhor desempenho entre os países, com 4 medalhas, 1 de ouro, todas na patinação em pista curta. Os Estados Unidos obtiveram 3 medalhas, nenhuma de ouro, embora todos os seus medalhistas do dia fossem fortíssimos candidatos às medalhas de ouro. Suécia e Áustria foram os outros únicos países com mais de uma medalha no dia. Confiram os resultados das provas e os comentários.

ESQUI ALPINO - feminino - Eslalom super gigante

1.AUT - Andrea Fischbacher - 1:20.14
2.ESL - Tina Maze - 1;20.63
3.EUA - Lindsay Vonn - 1:20.88

A norte-americana Lindsay Vonn era apontada como a favorita para a medalha de ouro. Porém, a austríaca Andrea Fischbacher teve uma atuação arrasadora, superando a segunda colocada por 0.49s. Foi a primeira medalha de ouro da tradicional Áustria no esqui alpino dos Jogos de Vancouver. Os austríacos vinham decepcionando enormemente e não estão conseguindo fazer frente aos surpreendentes norte-americanos, que já somam 7 medalhas contra apenas 2 dos austríacos. A Eslovênia obteve uma heróica medalha com Tina Maze, que superou a favoritíssima norte-americana Vonn por 0.25s. Os EUA, embora esperassem a medalha de ouro, mais uma vez subiram ao pódio, somando 7 medalhas em apenas 5 provas. Essa campanha já é a melhor dos EUA no Esqui Alpino olímpico. Várias favoritas acabaram decepcionando, como a austríaca Elisabeth Goergl (5º lugar), a norte-americana Julia Mancuso (9º), a alemã Maria Reich (8º) e a sueca Paerson (11º).

SALTO DE ESQUI - masculino - Rampa Ampla

1.SUI - Simon Amann - 283.6 pts
2.POL - Adam Malysz - 269.4 pts
3.AUT - Gregor Schlierenzauer - 262.2 pts

O suíço Simon Amann confirmou a ótima fase e conquistou facilmente a medalha de ouro na prova. Campeão anteriormente na rampa menor, tornou-se um dos maiores campeões da história da modalidade, pois fora campeão em ambas as provas também nos Jogos de 2002, em Salt Lake City, EUA. Curiosamente, o continente americano facilita a vida do saltador suíço. Com quatro medalhas de ouro, ele se igualou ao fantástico finlandês Matti Nykaenen, ganhador de 1 medalha de ouro em 1984, em Sarajevo, e de 3 em 1988, em Calgary, também no Canadá. A Suíça, que não é tradicional na modalidade, já possui quatro medalhas de ouro graças ao seu fenomenal atleta. O polonês Malysz novamente ficou com a medalha de prata, sua segunda em Vancouver. Com 2 medalhas, uma de prata e uma de bronze, também em 2002, chegou a um total de 4 em sua carreira olímpica. Schlierenzauer, da Áustria, novamente ficou com a medalha de bronze. O resultado da rampa normal repetiu-se na ampla. Os austríacos Kofler (4º) e Morgenstern (5º), medalhistas em 2006, ficaram fora do pódio. Porém, são favoritos à conquista da medalha de ouro na prova por equipes. Amann obteve o maior salto da rodada final, 138.0m, porém convém lembrar
que não só a distância conta para pontuação, como também o estilo do saltador. Na primeira rodada, saltou 144.0m, o maior de todos.

ESQUI DE FUNDO - masculino - 30 km (15km C - 15km L)

1.SUE - Marcus Hellner - 1:15:11.4
2.ALE - Tobias Angerer - 1:15:13.5
3.SUE - Johan Olsson - 1:15:14.2

A competição de 30km foi emocionante. Dos que terminaram a prova, os líderes dos primeiros 15km, foram o suíço Dario Cologna, o sueco Olsson, o russo Alexander Legkov, o alemão Angerer, o tcheco Bauer e o italiano Di Centa. Porém, na segunda etapa, o sueco Olsson disparou, criando ampla margem sobre os demais, mas acabou alcançado e terminou apenas com a medalha de bronze. A vitória de Hellner foi brilhante e heróica, conseguindo resistir ao russo Legkov e ao alemão Angerer, que acabou na segunda posição. Angerer obteve a primeira medalha da Alemanha no Esqui de Fundo nos Jogos de Vancouver, o que poderá ajudar a Alemanha na briga com os EUA no quadro geral de medalhas. Favoritos que ficaram para trás: o suíço Cologna (13º), o tcheco Bauer (7º), o norueguês Northug (11º) e os italianos Di Centa (12º) e Cottrer (14º), este, bronze em 2006. A Suécia parece retornar aos bons tempos de Gunde Svan e Thomas Wassberg, medalhistas olímpicos nos anos 80.

PATINAÇÃO DE VELOCIDADE - masculino - 1500m

1.HOL - Mark Tuitert - 1:45.57
2.EUA - Shani Davis - 1:46.10
3.NOR - Havard Bokko - 1:46.13

Os EUA eram favoritos à conquista de duas medalhas nesta prova, com Shani Davis e Chad Hedrick, prata e bronze, respectivamente, em 2006, prontos para as medalhas de ouro e de prata. Entretanto, na antepenúltima dupla, o holandês Mark Tuitert e o norueguês Havard Bokko tiveram uma excepcional atuação, deixando o russo Ivan Skobrev em terceiro lugar. Na dupla seguinte, Hedrick, em sua última participação olímpica, não conseguiu chegar a uma posição de medalha. Restava apenas a bateria de Davis. Ele começou bem, manteve um ritmo forte, mas a esperada arrancada que lhe garantiu a vitória nos 1.000 metros não ocorreu. Ele chegou cansado à linha de chegada e poderia até mesmo ter ficado fora do pódio. Um decepcionado Davis não esboçou qualquer comemoração pelo seu resultado. Afinal passou pela mesma frustração quatro anos antes, quando foi superado pelo italiano Enrico Fabris, apenas o 10º colocado em Vancouver. Tuitert deu a primeira vitória para a Holanda na prova desde 1972, vencida pelo fenomenal Ard Schenk, 3 medalhas de ouro naquele ano. Hedrick terminou em 6º lugar, enquanto o sul-coreano Mo Tae-Bum, ouro nos 500m e prata nos 1000m, obteve um ótimo 5º lugar. O campeão dos 5.000m, Sven Kramer, da Holanda, ficou em 13º lugar. Outra decepção para os EUA foi Trevor Marsicano, 15º colocado.

PATINAÇÃO DE VELOCIDADE - PISTA CURTA - feminino - 1500m

1.CHN - Zhou Yang - 2:16.993
2.COS - Lee Eun-Byul - 2:17.849
3.COS - Park Seung-Hi - 2:17.927

As competições nesta modalidade reservam muita emoção. Não foi diferente na disputa de 1500m. Em virtude das confusões das eliminatórias, a final contou com 8 competidoras ao invés de 6. Mesmo sem Meng Wang e Sun Linlin, a China conseguiu garantir a medalha de ouro com a fantástica atuação de Zhou Yang, que superou as demais competidoras por mais de 0,80s. A Coreia do Sul, por sua vez, obteve suas primeiras medalhas na competição feminina, depois de ficar fora do pódio na disputa de 500m. Eun-Byul e Seung-Hi garantiram a hegemonia sul-coreana no pódio. O Canadá, dessa vez, não obteve medalha. A chinesa Meng Wang, bronze em 2006, foi desclassificada na fase de classificação.

PATINAÇÃO DE VELOCIDADE - PISTA CURTA - masculino - 1000m

1.COS - Lee Jung-Su - 1:23.747
2.COS - Lee Ho-Suk - 1:23.801
3.EUA - Apolo Anton Ohno - 1;24.128

A disputa pela medalha de ouro foi dramática. Canadá, Coreia do Sul e EUA lutavam pelas medalhas. O norte-americano Ohno era o grande favorito, principalmente pela excepcional atuação nas semifinais. Porém, na final, acabou prejudicado pelo canadense François Hamelin, que o tocou e fez com que perdesse tempo. Foi o bastante para que os sul-coreanos dominassem a prova e conquistassem as medalhas de ouro e de prata, dessa vez sem a fatalidade que custou-lhes duas medalhas na prova de 1500m. Lee Jung-Su, campeão nos 1500m, também saiu-se vitorioso nos 1000m, superando o compatriota Lee Ho-Suk, o causador do incidente que custou duas medalhas à Coreia do Sul nos 1500m. Ohno não se intimidou com os canadenses e ainda garantiu a medalha de bronze, transformando-se no maior medalhista dos EUA em Jogos Olímpicos de Inverno, com um total de 7 medalhas, 2 de ouro, entre 2002 e 2010. O Canadá, potência na patinação de velocidade em pista curta, novamente ficou sem medalha.

QUADRO DE MEDALHAS

PAÍS - TOTAL (OURO-PRATA-BRONZE)

EUA - 23 (6-7-10)
ALE - 14 (4-6-4)
NOR - 11 (5-3-3)
COS - 9 (4-4-1)
CAN - 8 (4-3-1)
AUT - 7 (2-2-3)
FRA - 7 (2-1-4)
SUE - 6 (3-1-2)
SUI - 5 (4-0-1)
CHN - 5 (3-1-1)
RUS - 5 (1-2-2)
HOL - 4 (2-1-1)
POL - 4 (0-3-1)
ITA - 4 (0-1-3)
JAP - 3 (0-1-2)
AUS - 2 (1-1-0)
ESQ - 2 (1-1-0)
RTC - 2 (1-0-1)
LET - 2 (0-2-0)
BIE - 2 (0-1-1)
ESL - 2 (0-1-1)
RUN - 1 (1-0-0)
EST - 1 (0-1-0)
FIN - 1 (0-1-0)
CAZ - 1 (0-1-0)

CRO - 1 (0-0-1)

Os Estados Unidos continuam dominando amplamente o quadro de medalhas, agora com um total de 23. Poderiam conquistar mais medalhas, mas o dia não foi dos melhores. Porém, ainda assim, conseguiram aumentar sua vantagem em relação aos seus rivais diretos, como Alemanha, Noruega e Canadá. Os EUA seguem firmes na possibilidade de quebrar seu recorde de medalhas, superando as 34 que obtiveram em 2002, e também podendo superar o recorde olímpico de 36 medalhas obtido pela Alemanha também em 2002. A Alemanha segue numa sólida segunda colocação, mas deverá melhorar seu desempenho em algumas modalidades, como o Biatlo, o Esqui de Fundo, o Combinado Nórdico e a Patinação de Velocidade para ainda poderem sonhar com a manutenção da primeira posição que sustenta desde os Jogos de 1998. A Noruega segue com uma boa atuação e parece que irá superar o fracasso de 2006, quando obteve apenas 2 medalhas de ouro e um total de 19 medalhas. Ainda assim, se não tiver arrasadores desempenhos no Esqui de Fundo e no Biatlo, não conseguirá sequer se aproximar dos EUA. A Coreia do Sul está numa honrosa quarta colocação e poderá evoluir mais ainda no quadro. Já o Canadá, embora tenha acabo com o tabu de não obter medalha de ouro em seu território, parece distante do propósito de liderar o quadro de medalhas, conforme vão perdendo terreno para EUA e Alemanha. A Áustria ainda conta com uma reação de sua equipe de Esqui Alpino, que obteve hoje sua primeira medalha de ouro, para melhorar seu desempenho. A Suécia, com o desempenho dos seus esquiadores de fundo e bi atletas, poderá realizar a melhor campanha olímpica de sua história. A China também parece destinada a ter uma excelente atuação, principalmente com suas equipes de patinação de velocidade e de esqui livre. A Rússia é pura decepção, mas seus fracos desempenhos já eram esperados. O país não tem mais qualquer relação com a poderosa URSS, que foi o país com maior medalhas em 7 dos 9 Jogos Olímpicos de que tomou parte. A grande expectativa fica por conta da busca do recorde de medalhas pela poderosa equipe dos EUA, que teve um início de Jogos realmente arrasador.