quarta-feira, 6 de novembro de 2013

MARROCOS - ANÁLISE


O Marrocos é um país africano de população de cerca de 32 milhões de habitantes e se tornou independente da França em 2 de Março de 1956 e da Espanha em 7 de Abril de 1956. Iniciou sua participação olímpica já nos Jogos de Verão de 1960, em Roma, Itália. Desde então, ausentou-se dos Jogos somente em 1980, quando apoiou o boicote dos Estados Unidos aos Jogos de Moscou. Em 1976, em Montreal, também aderiu ao boicote dos países africanos contra a participação da Nova Zelândia por causa da excursão de um time de rugby à segregacionista África do Sul. Porém, um dos seus competidores, o boxeador Abderahim Najim, competiu na categoria mini-mosca antes do Marocos aderir ao boicote. Nos Jogos de Inverno, o Marrocos tomou parte em apenas 4 edições e nunca obteve qualquer medalha. Todas as 22 medalhas conquistadas pelo Marrocos em Jogos Olímpicos ocorreram em edições de Verão. Em 1960, em Roma, Itália, logo em sua estreia olímpica, o Marrocos obteve uma medalha de prata no Atletismo masculino, com Rhadi Ben Adbesselam, que ficou em segundo lugar na prova de Maratona, com a marca de 2:15:41.6 h, ficando 25.4s atrás do etíope Abebe Bikila. Adbesselam tornou-se o primeiro medalhista olímpico da história do Marrocos. Posteriormente, o país amargou um longo período sem chegar ao pódio olímpico, retornando somente em 1984, em Los Angeles, Estados Unidos, ocasião em que obteve 2 medalhas de ouro, ambas no Atletismo. Said Aouita sagrou-se campeão na prova masculina de 5.000 metros, com a boa marca de 13:05.59 min, superando o suíço Markus Ryffel por quase 2 segundos. Porém, a conquista mais surpreendente ocorreu na prova feminina de 400m com barreiras, com Nawal El Moutawakel obtendo a medalha de ouro com a marca de 54.61s, 0.59s à frente da norte-americana Judi Brown. Moutawakel quebrou um tabu, tornando-se a primeira mulher muçulmana campeã olímpica nascida na África. Entretanto, ela foi fortemente favorecida pelo boicote dos países do Bloco Socialista, que afastou dos Jogos as favoritas soviéticas e alemãs-orientais. Em 1988, em Seul, Coreia do Sul, o Marrocos melhorou seu desempenho, conquistando um total de 3 medalhas, 1 de ouro e 2 de bronze. O Atletismo foi responsável por 2 medalhas, 1 de ouro e 1 de bronze, enquanto o Boxe obteve sua primeira medalha olímpica, uma de bronze. No Atletismo, Brahim Boutayeb obteve a medalha de ouro na prova masculina de 10000 metros, com a marca de 27:21.46 min, superando o italiano Salvatore Antibo por 2.09s. O herói Said Aouita, mesmo sem boas condições físicas, conquistou a medalha de bronze na prova masculina de 800m, com um resultado de 1:44.06 min, perdendo apenas para o brasileiro Joaquim Cruz, prata, e para o queniano Paul Ereng, campeão em 1:43.45 min. No Boxe, Abdelhak Achik conquistou a medalha de bronze da categoria pena, até 57 kg.Com isso, o Marrocos obteve sua primeira medalha olímpica fora do Atletismo. Achik passou pelo salvadorenho Avelar (4-1) na segunda rodada, pelo venezuelano Catari (nocaute) na terceira rodada e pelo chinês Liu Dong (nocaute) nas quartas-de-finais, garantindo presença no pódio. Na semifinal, acabou derrotado pelo italiano Giovanni Parisi, futuro campeão. Em 1992, em Barcelona, Espanha, o Marrocos voltou a conquistar um total de 3 medalhas, sendo 1 de ouro, 1 de prata e 1 de bronze. O Atletismo foi responsável pelas medalhas de ouro e de prata, enquanto o Boxe pela de bronze. No Atletismo, Khalid Skah obteve a medalha de ouro na prova masculina de 10000m, com a marca de 27:46.70 min, superando o queniano Richard Chelimo por 1.02s. Entretanto, houve muita polêmica na prova, pois outro corredor marroquino, Hammou Boutayeb, atrapalhou o queniano e acabou favorecendo Skah. Inicialmente, Skah foi desclassificado, mas um recurso garantiu a medalha de ouro ao marroquino. Durante a premiação e a execução do hino marroquino, o público demonstrou seu descontentamento sinalizando com o polegar para baixo e vaiando Skah. A outra medalha marroquina do Atletismo foi obtida por Rachid El Basir, que ficou com a medalha de prata na prova de 1500m, com a marca de 3:40.62 min, perdendo para o espanhol Fermín Cacho por 0.50s de diferença. O Boxe completou o quadro de pódios do Marrocos, com uma medalha de bronze na categoria galo, até 54 kg, com Mohammed Achik, que superou o alemão Dieter Berg (3-0) na primeira rodada, o argelino Zengli na segunda e o argentino Remigio Molina nas quartas-de-finais (15-5) antes de ser derrotado pelo cubano Joel Casamayor, por abandono, no primeiro assalto, na semifinal. Em 1996, em Atlanta, Estados Unidos, o Marrocos teve uma fraca atuação, limitando-se a apenas 2 medalhas de bronze, ambas obtidas no Atletismo masculino. Khalid Boulami ficou em terceiro lugar na prova de 5.000m, com a marca de 13:08.37 min, superando o alemão Dieter Baumann, campeão olímpico em 1992, por 0.44s de diferença. A outra medalha marroquina foi obtida por Salah Hissou na prova de 10.000m, com o tempo de 27:24.67 min, 9.12s à frente de Aloys Nizigama, do Burundi. Em 2000, em Sidney, Austrália, o Marrocos quebrou seu recorde de medalhas numa única edição dos Jogos Olímpicos, com um total de 5 medalhas, 1 de prata e 4 de bronze. O Atletismo foi responsável por 4 medalhas, 1 de prata e 3 de bronze. Hicham El Guerrouj ficou em segundo lugar na prova masculina de 1.500m, marcando 3:32.32 min, ficando atrás do queniano Noah Ngeny por apenas 0.25s, garantindo a medalha de prata. Ainda entre os homens, Brahim Lahlafi garantiu a medalha de bronze na prova de 5.000m, com a fraca marca de 13:36.47 min, 0.56s à frente do etíope Fita Bayissa, e Ali Ezzine fez o mesmo na prova de 3.000m com obstáculos, com a marca de 8:22.15 min. As mulheres também garantiram uma medalha de bronze, com Nouza Bidouane na prova de 400m com barreiras. Bidouane percorreu a distância em 53.57s, ficando à frente da cubana Daimi Pernia por apenas 0.11s. Ela quase repetiu o feito da compatriota Nawal el Moultawakel, campeã em 1984. A outra medalha de bronze do Marrocos veio do Boxe, com Tahar Tamsamani ficando em terceiro lugar na categoria pena, até 57 kg. Tamsamani passou pelo sul-coreano Heung-Min (21-14) na segunda rodada, pelo argentino Israel Pérez (21-18) nas quartas-de-finais, antes de ser facilmente superado pelo cazaque Bekzat Sattarkhanov (10-22) nas semifinais. Em 2004, em Atenas, Grécia, o Marrocos obteve seu melhor desempenho em termos de qualidade das medalhas, somando um total de 3 medalhas, porém 2 de ouro e 1 de prata. Hicham El Guerrouj se converteu no maior nome do país em Jogos Olímpicos ao conquistar as medalhas de ouro das provas de 1500m e de 5000m no Atletismo masculino, repetindo o feito do finlandês Paavo Nurmi, campeão em ambas as provas em 1924. Guerrouj venceu os 1500m em 3:34.19 min, superando o queniano Bernard Lagat por apenas 0.11s. Na prova de 5000m, Guerrouj foi ainda mais sensacional, pois a prova não era sua especialidade. Mesmo assim, alcançou a vitória com um resultado de 13:14.39 min, apenas 0.20s à frente do forte etíope Kenenisa Bekele. A outra medalha marroquina, de prata, foi obtida por Hasna Benhassi na prova feminina de 800m. Benhassi marcou 1:56.43 min, ficando a apenas 0.05s da campeã Kelly Holmes, do Reino Unido. Em 2008, em Beijing, China, o Marrocos sofreu um grande declínio em relação às edições anteriores dos Jogos, somando apenas 2 medalhas, 1 de prata e 1 de bronze, ambas no Atletismo. Jaouad Gharib ficou em segundo lugar na prova masculina de maratona, registrando um tempo de 2:07:16 h, nada menos do que 44s atrás do queniano Samuel Kamau Wanjiru. A medalha de bronze foi obtida na prova feminina de 800m, com Hasna Benhassi, que marcou 1:56.68 min, 0.21s à frente da russa Svetlana Klyuka. Benhassi havia ficado com a medalha de prata quatro anos antes em Atenas. Em 2012, em Londres, Reino Unido, o Marrocos registrou o pior desempenho de sua história com exceção dos anos em que não obteve medalha. Conquistou apenas 1 medalha de bronze, feito de Abdalaati Iguider na prova masculina de 1500m. Iguider cravou 3:35.13 min na distância, superando o norte-americano Matthew Centrowitz Jr. por apenas 0.04s. O Marrocos poderia expandir suas chances de medalha para outros esportes. Entretanto, está muito limitado ao Atletismo e em provas nas quais tem que enfrentar os fortíssimos concorrentes da Argélia, Etiópia e Quênia. Além disso, teria que aumentar as possibilidades de medalha nas provas femininas. No atual cenário, o país não possui chances de ir além das 2 ou 3 medalhas por Jogos Olímpicos.

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